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Matéria Prima

Os artigos Regência são produzidos em couro premium de curtimento vegetal. Além de permitir melhor acabamento no artigo final, o couro de curtimento vegetal possui propriedades sutis que fazem toda a diferença na experiência em usar um artigo de couro.

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Seu cheiro é mais natural, o "cheiro de couro", uma característica do curtimento em extratos de vegetais. O couro atanado também envelhece muito bem, ele toma forma e ganha marcas de uso únicas. Você já deve ter escutado que "quanto mais velho o couro, mais bonito ele é". Quando natural, sem tingimento, é possível ter a experiência máxima de pátina do couro, um efeito natural decorrente do tempo e uso.

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A pátina acontece devido a, basicamente, 2 fatores: oxidação dos óleos presentes no couro e o próprio uso. A oxidação não é um fenômeno incomum na natureza, ela acontece o tempo todo ao nosso redor. Os óleos presentes no couro oxidam e, como consequência, o couro escurece.

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O manuseio do artigo transfere qualquer oleosidade ou umidade presente em nossas mãos para o couro, a exposição ao sol, além de "bronzear" o couro (couros tingidos não são afetados por isso), também acelera a oxidação dos óleos e o uso faz com que o artigo ganhe brilho, algo como um polimento que acontece no dia a dia ao colocar e tirar a carteira do bolso, passar o cinto pela calça ou a bolsa que está em atrito com nossas roupas.

 

Couro ao longo dos séculos

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O couro é usado pelo homem há mais de 5.000 anos. É uma matéria prima de origem animal que, na verdade, só se chama couro mesmo depois que a pele do animal passa por um processo físico-químico chamado curtimento.

 

Esse processo tem como finalidade ligar uma substância ao colágeno presente na pele do animal para torná-la imputrescível, que não irá se decompor com o tempo. É quando esse processo acontece que podemos chamar o que era pele animal de couro: uma matéria prima resistente, durável e versátil.

 

Por muito tempo o homem dominou apenas o curtimento em taninos vegetais. Até que os avanços tecnológicos e demanda levaram ao desenvolvimento de novas técnicas de se obter o couro, como o curtimento mineral. Atualmente cerca de 85% da produção de couro no mundo é com curtimento mineral.

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A Lei do Couro e o "couro legítimo"

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A Lei 4.888, também conhecida como Lei do Couro, dispõe sobre o uso da expressão "couro", constituindo seu uso apenas para designar produtos que sejam de origem animal. Dessa forma, "biocouro" "couro ecológico" "couro vegano" não existem, são expressões criadas pela indústria a fim de iludir o consumidor sobre a procedência e qualidade da sua matéria prima.

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Ao usar tais expressões também podem estar querendo associar um material sintético, que até busca reproduzir as propriedades do couro, mas, falha em algumas delas. Esteticamente até é possível criar um material que reproduza a aparência e texturas do couro, entretanto, os sintéticos possuem menor durabilidade, resistência e ainda podem rachar. Alguns ainda são derivados de petróleo, fazendo parte de uma cadeia que, no fim, é mais lixo que precisa ser tratado.

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A indústria também criou a expressão "couro legítimo" para designar artigos que são realmente feitos com couro de origem animal. Entretanto, seguindo a lógica da Lei do Couro, bastaria dizer que é um artigo de couro, certo? Em teoria, sim.

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O couro é constituído de diversas camadas, sendo a superficial, a camada externa do couro, chamada de flor. Do outro lado do couro temos o carnal. É na flor do couro que ficam as marcas da vida animal: carrapatos, berne, sarna e arranhões são exemplos de algumas marcas que podemos encontrar no couro.

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Quando apresenta muitas dessas marcas, o couro é levado para um processo que busca melhorar sua aparência: A flor do couro é  lixada e coberta por vernizes ou outros sintéticos para disfarçar os defeitos na superfície do couro. Esse couro, geralmente de baixa qualidade, é vendido como "Couro Legítimo". Um material de origem animal, sim, mas tão processado que quase não se reconhece mais.

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No mercado Brasileiro algumas marcas adotaram a expressão "Couro Legítimo" para reforçar que se trata de um produto feito com couro de verdade, não necessariamente que usam matéria prima de baixa qualidade. Certifique-se de comprar artigos de couro com quem sabe do que está falando :)

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Por outro lado, temos o couro que não passa por esse processo. O couro de flor integral tem sua camada superficial intacta, mantendo suas propriedades de resistência (a flor do couro é sua camada mais resistente) e aparência natural, esse é o couro mais nobre que você encontra no mercado.

 

Tipos de Curtimento

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As substâncias de origem vegetal usadas no curtimento do couro são os taninos. Esse é o mesmo tipo de curtimento (ou pelo menos o princípio do descobrimento desse processo) que nossos antepassados faziam na pele dos animais que abatiam para se alimentar. Eles confeccionavam vestes e até mesmo abrigos para se protegerem do frio.

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O tanino é uma sustância muito presente em diferentes tipos de cascas de árvores, de onde são extraídos para realizar o curtimento. Os curtimentos em taninos vegetais mais conhecidos são os de Mimosa (Acácia) e Quebracho (Braúna). É um processo natural que leva cerca de 6 semanas para se completar: da pele in natura até a transformação dela em couro.

 

O couro curtido em taninos vegetais (também conhecidos como couro atanado ou couro vegetal) tem como características as seguintes propriedades: aparência (e cheiro) mais naturais, desenvolvem pátina com tempo e uso e maior vida útil.

 

A substância de origem mineral mais utilizada no curtimento é o sal de cromo. Esse processo de curtimento foi desenvolvido pela indústria no século 19 a fim de tornar a produção do couro mais ágil e econômica; reduzir o tempo de produção de semanas para dias (até 3 dias) permite fazer um couro mais barato e atender a maiores volumes de produção. É o processo de curtimento mais difundido atualmente.

 

As principais características do couro curtido em sais de cromo são: maleabilidade, estabilidade na cor e maior resistência a água (se comparado com um couro atanado).

 

Sustentabilidade

 

O couro, junto com outros diversos produtos que usamos no dia a dia, é um subproduto da indústria da alimentação. Sem que fossem transformadas em couro, as peles dos animais seriam um grande problema sanitário. Os curtumes são as indústrias responsáveis por realizar o processo de transformar uma matéria prima perecível e sem uso em um material nobre com diversas aplicações.

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Há no Brasil uma instituição responsável por avaliar o grau de regularidade dos processos de produção de um curtume de acordo com as melhores práticas com o meio ambiente. Este é o Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB), quem realizaCertificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB). Garantindo que o couro feito pelos curtumes certificados por eles são produzidos de forma sustentável.

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A organização responsável pela certificação mais importante do mundo do couroLeather Working Group (LWG), audita e certifica não apenas curtumes, mas também as indústrias químicas, distribuidores de couro, por exemplo. O LWG tem como fundadores marcas como Adidas, Nike, Ikea, Timberland e New Balance.

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Acreditamos no couro como um material sustentável. Ele possui uma longa vida útil, seus resíduos são completamente aproveitados por diversas indústrias secundárias, gerando um menor impacto no meio ambiente se comparado aos diversos produtos sintéticos que imitam o couro e geralmente derivados de petróleo.

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O couro adquiro pela Regência para produção dos seus artigos é proveniente apenas de curtumes certificados com CSCB ou LWG.

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